Prótese da anca: Tempo de recuperação

28/10/2025Cuidados e assistência

“Quanto tempo demorarei a voltar a caminhar?” e “Quando voltarei a ter a minha autonomia?” Estas são dúvidas legítimas e as principais preocupações de quem pondera uma artroplastia total da anca.

Avançar para a cirurgia de substituição da anca é uma decisão corajosa e, em muitos casos, necessária para aliviar a dor incapacitante provocada pela artrose ou por fraturas, sobretudo em pessoas idosas

O tempo de recuperação da prótese da anca é crucial para uma reabilitação bem-sucedida, não sendo um processo instantâneo. Em média, esta jornada pode estender-se entre 3 a 6 meses, variando com a idade, o estado de saúde e o tipo de intervenção. 

Este guia apresenta as fases da recuperação, os fatores que influenciam o progresso e os cuidados indispensáveis para garantir a sua segurança e o regresso confiante à vida ativa. Estas orientações devem ser sempre complementadas pelas orientações clínicas da equipa que o acompanha.

As fases da recuperação da prótese da anca

O tempo de recuperação após a substituição da anca é gradual e metódica, sendo que o processo pode estender-se para além dos seis meses em casos que exijam esforço físico elevado.

  • Nos primeiros dias (1.º ao 4.º): o foco é a mobilização precoce. O foco é o controlo da dor e a prevenção de complicações como a trombose (com exercícios respiratórios e movimentos dos pés e tornozelos). A marcha com apoio (andarilho ou canadianas) inicia-se rapidamente, entre o segundo e o terceiro dia, para proteger a articulação.
  • Na fase intermédia (5.º dia à 4.ª semana): já em casa, o objetivo é consolidar a cicatrização e manter os exercícios aprendidos. Os tecidos moles estabilizam-se em torno da prótese e os pontos ou agrafos são removidos por volta do 15º dia. O paciente mantém a marcha com carga protegida e apoio externo.
  • Entre o 1.º e o 6.º mês: a reabilitação intensifica-se. O paciente reforça a musculatura e recupera a mobilidade articular com fisioterapia clínica. Os apoios são geralmente dispensados após três semanas, mas a força da anca pode demorar até seis meses a normalizar. Nesta fase, pode ser retomada a condução, mediante autorização médica.
  • A partir dos seis meses: o foco é o regresso às atividades diárias e à marcha natural e segura. Exercícios de flexibilidade e equilíbrio ajudam a garantir a durabilidade da prótese e a prevenir quedas. A coordenação entre fisioterapia, medicina e cuidados é essencial para alcançar uma marcha fluida e segura. 

Fatores que influenciam o tempo de recuperação da sua nova anca

O tempo de recuperação varia com a idade e o estado de saúde. Pessoas idosas ou frágeis precisam de planos de reabilitação mais cuidados e demorados, pois o corpo responde com menos eficácia ao esforço físico e à cirurgia.

Doenças como a insuficiência cardíaca ou a diabetes podem dificultar a recuperação. A cardiopatia, em particular, está ligada a maior dependência após a operação. Controlar bem estas condições ajuda o paciente a tirar melhor proveito da fisioterapia.

A inatividade prolongada agrava a perda muscular e aumenta o risco de complicações. Recuperar a força e reeducar a marcha são medidas essenciais para prevenir as quedas em idosos.

Cuidados essenciais com a ferida operatória após a cirurgia da anca

O cuidado rigoroso com a incisão cirúrgica é a primeira linha de defesa contra a infeção. Lembre-se que uma infeção pode prolongar o tempo de recuperação da prótese da anca.

  • Assepsia. A ferida deve ser mantida sempre limpa e seca. Siga as instruções médicas para a frequência da troca do penso.
  • Higiene no banho. Muitos pensos são impermeáveis e permitem o duche, mas é fundamental seguir as instruções do seu médico sobre quando é seguro molhar ou lavar a incisão.
  • Vigilância de sinais de alarme. É normal sentir a sensibilidade alterada à volta da cicatriz. Contudo, observe e informe de imediato sobre qualquer alteração no padrão de cicatrização (vermelhidão, calor, secreção ou dor intensa), por serem sinais de possível infeção.

Apoios de marcha na recuperação da prótese da anca

O uso correto de auxiliares de marcha é vital para a sua segurança nas primeiras semanas. 

  • Andarilho: oferece estabilidade inicial. Deve ser utilizado com uma sequência precisa: primeiro avança o andarilho, depois a perna operada com carga parcial, e por fim a perna saudável. 
  • Canadianas: exigem coordenação semelhante, com movimentos alternados entre o apoio e as pernas. É importante nunca deixar os apoios atrás do corpo, pois isso compromete o equilíbrio e aumenta o risco de queda.
  • A bengala: é o último apoio, usado para melhorar o equilíbrio e a confiança antes da marcha completamente independente.

A reeducação da marcha é um processo neurológico essencial. O paciente precisa de desaprender padrões compensatórios e reaprender a caminhar com simetria através de exercícios como extensão do joelho, pressão com os adutores e alongamentos específicos.

O uso de calçado fechado, com sola antiderrapante e sem salto, é obrigatório durante todo o período de recuperação. 

Em síntese, a marcha natural e a vida ativa são objetivos alcançáveis. O sucesso do tempo de recuperação da prótese da anca depende da disciplina nos exercícios, da vigilância familiar e da integração dos cuidados médicos e funcionais. 

Além disso, melhorar a segurança em casa, usando barras de apoio no W.C. e tapetes antiderrapantes, é tão vital quanto a fisioterapia para uma recuperação bem-sucedida.

Para saber mais, consulte no Serviço Nacional de Saúde:

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