AVC em idosos: sintomas e como agir em caso de emergência

12/09/2025Cuidados e assistência

Como identificar os sintomas de um AVC em idosos? Um Acidente Vascular Cerebral, conhecido popularmente como “ataque cerebral” ou “ictus”, é uma emergência médica que exige atenção imediata. 

Em pessoas mais velhas, o seu impacto pode ser particularmente grave, afetando a sua mobilidade, a fala, a memória e, em muitos casos, a autonomia.

O reconhecimento rápido dos sintomas e a ação imediata podem resultar numa recuperação mais eficaz e na redução das sequelas permanentes.

Este guia foi preparado para o ajudar a identificar os sinais de um AVC em idosos, a entender as suas causas e a saber como atuar de imediato.

O que é um Acidente Vascular Cerebral (AVC)?

Um AVC acontece quando o fluxo de sangue para uma área do cérebro é interrompido ou drasticamente reduzido. Essa interrupção priva os neurónios de oxigénio e nutrientes essenciais.

Existem dois tipos principais de AVC:

  • AVC Isquémico: é o tipo mais comum, responsável por cerca de 80% dos casos. Ocorre quando um coágulo de sangue bloqueia uma artéria que irriga o cérebro, impedindo que o oxigénio chegue aos neurónios.
  • AVC Hemorrágico: mais raro, mas geralmente mais grave e com maiores taxas de mortalidade. Resulta da rutura de um vaso sanguíneo no cérebro, causando uma hemorragia.

Devido à fragilidade dos vasos sanguíneos e à presença de doenças crónicas, as pessoas mais velhas correm um risco acrescido de sofrer um AVC. 

Além disso, a capacidade de recuperação do tecido cerebral diminui com a idade, tornando a intervenção rápida ainda mais vital. 

Quais são os sintomas de um AVC nos idosos?

Os sintomas de um AVC surgem de forma repentina e intensa. Embora a fraqueza num lado do corpo seja um dos sinais mais conhecidos, é crucial estar atento a todas as manifestações comuns:

  • Fraqueza ou paralisia repentina: afeta o rosto, um braço ou uma perna, geralmente num único lado do corpo.
  • Dificuldade em falar ou entender: a fala pode ficar arrastada, confusa ou incoerente.
  • Perturbações visuais: pode haver perda de visão repentina, visão turva ou dificuldade para ver com um ou ambos os olhos.
  • Dor de cabeça intensa e súbita: uma cefaleia muito forte que aparece sem razão aparente, podendo vir acompanhada de náuseas ou vómitos.
  • Dificuldade para caminhar: podem ocorrer tonturas, perda de equilíbrio ou desorientação.

Nos idosos, os sintomas podem ser mais subtis ou atípicos, o que frequentemente atrasa o pedido de ajuda médica. Esteja atento a sinais como náuseas, vómitos, confusão mental ou fadiga inexplicável, que também podem ser um alerta.

A primeira coisa que se deve fazer quando alguém tem um AVC

  • Perante a suspeita de um AVC, cada minuto conta. Os passos fundamentais para agir são os seguintes:
  • Mantenha a calma: Este é o primeiro passo para poder ajudar eficazmente. O pânico pode levar a decisões erradas.
  • Ligue de imediato para os serviços de emergência (112): Jamais transporte a pessoa para o hospital por conta própria. Os profissionais da ambulância estão capacitados para iniciar o tratamento imediatamente e podem levar o paciente a um hospital de referência.
  • Posicione a pessoa: Deite-a de lado e eleve ligeiramente a cabeça. Isso ajuda a manter as vias respiratórias desobstruídas e evita que a língua cause asfixia.
  • Não dê comida nem bebida: Os reflexos de deglutição podem estar comprometidos, aumentando o risco de asfixia.
  • Registe o momento em que os sintomas começaram: O registo do momento em que os sintomas começam é crucial para os médicos, pois alguns tratamentos, como os que dissolvem coágulos, só são eficazes numa janela de tempo limitada. 

Mesmo que os sintomas desapareçam rapidamente, como num mini-derrame (ataque isquémico transitório ou AIT), a situação deve ser tratada como uma emergência. Um AIT é um aviso claro de que um AVC mais grave pode ocorrer em breve. 

Como detetar o AVC em pessoas idosas?

O método F.A.S.T. (do inglês “rápido”) é uma ferramenta simples e eficaz para identificar os sinais mais comuns de um AVC:

  • F de Face: solicite à pessoa para sorrir. Repare se um lado do seu rosto está descaído ou se o sorriso é assimétrico.
  • A de Arms (braços): peça para levantar ambos os braços. Veja se um deles desce ou se a pessoa não consegue mantê-lo levantado.
  • S de Speech (fala): solicite-lhe para repetir uma frase simples. Note se a sua fala é estranha ou incoerente.
  • T de Time (tempo): se notar qualquer um destes sinais, ligue imediatamente para os serviços de emergência, pois o tempo de reação é vital.

Fatores de risco para AVC nos idosos

Embora a idade seja um fator de risco inalterável, muitos outros podem ser controlados e mitigados. A prevenção é a estratégia mais poderosa para reduzir a incidência desta doença.

Os principais fatores de risco incluem:

  • Hipertensão arterial: o fator mais significativo, presente em cerca de 70% dos casos.
  • Doenças cardíacas: o segundo fator mais importante.
  • Diabetes tipo 2 e colesterol alto.
  • Excesso de peso ou obesidade.
  • Hábitos de vida: fumar, consumo excessivo de álcool e sedentarismo.

Para reduzir o risco de AVC, é essencial adotar uma dieta equilibrada, praticar exercício físico regularmente e controlar doenças crónicas com acompanhamento médico

Também ajudam as estratégias para melhorar a vitalidade mental dos idosos e abandonar hábitos prejudiciais como fumar. 

A prevenção não só diminui o risco do AVC. Promove uma melhor qualidade de vida e maior autonomia na terceira idade.

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