Alzheimer em idosos: causas, sintomas e tratamentos

12/08/2025Cuidados e assistência

O diagnóstico de Alzheimer num familiar é um momento marcante. Surgem dúvidas, receios e a necessidade urgente de saber como agir. 

Em muitas famílias, a preocupação começa antes mesmo do diagnóstico, quando surgem sinais como esquecimentos frequentes, alterações de comportamento ou dificuldade em realizar tarefas simples.

Este artigo pretende ajudá-lo a compreender melhor quais são os sintomas de Alzheimer e as diferentes fases da doença. Além disso, apresenta os cuidados essenciais para preservar a qualidade de vida dos doentes e das suas famílias.

O que é o Alzheimer?

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva e a principal causa de demência em pessoas idosas. De acordo com a Associação Alzheimer Portugal, estima-se que entre 60% a 80% dos casos de demência estejam associados a esta condição.

A doença resulta da acumulação anormal de proteínas no cérebro (principalmente beta-amiloide e TAU), que danificam os neurónios e comprometem a comunicação entre eles. 

Com o tempo, surgem perdas graduais da memória, dificuldades de raciocínio e alterações no comportamento. Em fases mais avançadas, o Alzheimer afeta a capacidade de realizar atividades básicas como vestir-se, alimentar-se ou reconhecer membros da família. 

Apesar de a idade ser o principal fator de risco, o Alzheimer não é uma consequência natural do envelhecimento. Requer diagnóstico médico, deteção precoce e acompanhamento especializado.

Quais são as causas da doença de Alzheimer nas pessoas idosas?

O Alzheimer resulta de uma combinação de fatores genéticos, ambientais e de estilo de vida que afetam o cérebro ao longo dos anos.

  • Idade: é o fator de risco mais significativo. A maioria dos casos ocorre após os 65 anos, e o risco duplica a cada cinco anos.
  • História familiar: ter um familiar de primeiro grau com Alzheimer aumenta a probabilidade de desenvolver a doença.
  • Saúde cardiovascular: o cérebro depende de uma rede extensa de vasos sanguíneos. Condições como hipertensão, diabetes, colesterol elevado, obesidade e tabagismo podem comprometer essa rede, reduzindo o fluxo sanguíneo e acelerando o declínio cognitivo.
  • Lesões cerebrais: traumatismos cranioencefálicos aumentam o risco de demência. É importante prevenir quedas e usar proteção adequada em atividades físicas.

A boa notícia é que muitos destes fatores são modificáveis. Manter uma alimentação equilibrada, praticar exercício físico, dormir bem e controlar a pressão arterial pode reduzir significativamente o risco de demência.

Fases da doença de Alzheimer nos idosos

A doença de Alzheimer progride gradualmente. Conhecer os seus estágios ajuda a adaptar os cuidados e a preparar-se adequadamente:

  • Estágio ligeiro (inicial): caracterizado por esquecimentos frequentes, dificuldade em encontrar palavras, desorientação ocasional e ligeiras alterações de humor.
  • Estágio moderado: a pessoa começa a ter mais dificuldade em realizar tarefas diárias, confunde-se com datas ou locais e precisa de supervisão para atividades básicas. As alterações comportamentais são mais notórias.
  • Estágio grave (avançado): o doente perde a capacidade de comunicação e torna-se totalmente dependente para se alimentar, vestir e mover-se. É comum surgirem perturbações do sono e do apetite, perda de peso, além de uma maior vulnerabilidade a infeções.

Sintomas precoces: como detetar a doença de Alzheimer nos idosos?

Reconhecer os primeiros sinais é crucial para procurar ajuda profissional e planear o tratamento. Embora os sintomas possam variar, alguns dos mais comuns são:

  1. Perda de memória que afeta a vida diária: esquecimento de informações recentes, repetição de perguntas ou esquecimento de compromissos. Não se trata de uma simples distração, mas um esquecimento que interfere nas atividades diárias.
  2. Dificuldade em planear ou resolver problemas: problemas para seguir uma receita, gerir contas ou lembrar-se dos passos de uma tarefa comum.
  3. Desorientação temporal e espacial: perder-se em locais familiares, não se lembrar da data ou confundir as estações do ano.
  4. Problemas de linguagem: esquecer palavras simples ou ter dificuldade em acompanhar uma conversa.
  5. Alterações no julgamento: vestir-se de forma inadequada para o clima, negligenciar a higiene pessoal ou ser facilmente vítima de fraudes.
  6. Alterações de humor e personalidade: passar de calmo a irritável, demonstrar apatia ou isolamento social.

Diagnóstico precoce: porque é tão importante

O diagnóstico precoce permite:

  • Acesso a tratamentos que podem atrasar a progressão da doença.
  • Planeamento dos cuidados e adaptações no ambiente doméstico.
  • Tomada de decisões legais e financeiras com a pessoa ainda consciente.
  • Preparação emocional da família.

O diagnóstico é feito por meio de avaliação clínica, testes cognitivos, exames laboratoriais e, em alguns casos, neuroimagiologia cerebral.

O Alzheimer é hereditário?

Geralmente, o Alzheimer não é hereditário. No entanto, ter um pai ou irmão com a doença aumenta o risco, especialmente se houver mais de um familiar afetado.

Existem dois tipos de genes associados:

  • Genes de risco (como o APOE-e4): aumentam a probabilidade, mas não garantem o desenvolvimento da doença.
  • Genes determinísticos: muito raros (menos de 1% dos casos) e causam formas precoces da doença, geralmente entre os 40 e os 50 anos.

A forma mais comum, de início tardio, é influenciada por múltiplos fatores, incluindo estilo de vida. Por isso, mesmo sem historial familiar, qualquer pessoa pode desenvolver Alzheimer.

Como tratar um idoso com Alzheimer?

Cuidar de alguém com Alzheimer exige dedicação, paciência e apoio. Eis algumas estratégias úteis:

Estabeleça rotinas: horários regulares para alimentação, sono e atividades ajudam a reduzir a ansiedade e a confusão.

Adapte a casa: elimine obstáculos, melhore a iluminação e instale fechos de segurança.

Promova a autonomia: permita que a pessoa participe em tarefas simples, como dobrar roupa ou regar plantas, para fortalecer a sua autoestima.

Estimule a mente: atividades como ouvir música, ler, montar puzzles ou olhar fotografias ajudam a manter a ligação emocional.

Cuide de si: o bem-estar do cuidador é essencial. Procure apoio e momentos de descanso.

Alimentação e exercício: uma dieta equilibrada e atividade física moderada beneficiam a saúde cerebral e geral.

Comunique com empatia: fale devagar, use frases curtas, mantenha o contacto visual e evite corrigir constantemente a pessoa.

Ofereça apoio social e emocional: manter os laços sociais, com visitas e atividades comunitárias, melhora o humor do doente e ajuda a combater o isolamento.

Embora o Alzheimer não tenha cura, o conhecimento, o cuidado e o afeto fazem toda a diferença. 

Conhecer quais são os sintomas de Alzheimer e com o apoio certo, é possível preservar a dignidade, a segurança e o bem-estar da pessoa idosa, promovendo uma vida mais tranquila para toda a família. 

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