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Na data que se assinala a 8 de março, as residentes falam da vida ativa, no feminino, e recordam a profissão e carreira de outrora, com testemunhos inspiradores na primeira pessoa
No Dia Internacional da Mulher, celebrado mundialmente a 8 de março, as seniores das Residências emeis falam sobre a vida ativa de outros tempos e recordam as experiências e ambições profissionais, as condições e oportunidades na época e o mercado de trabalho no feminino.
Da Residência Porto Salus, em Azeitão, chegam algumas histórias como a de Adelaide Silva, que foi técnica de Informação Aeronáutica e que partilha que tinha ótimas condições de trabalho, prémios de viagem, com todas as despesas pagas e um excelente salário, para a época. Recorda que na altura conhecia bastantes mulheres em cargos de chefia e sempre foi de opinião que um país só é capaz de se desenvolver se houver igualdade e justiça social. Também da mesma residência, Helena Tavares fala da sua experiência profissional como proprietária de uma loja de confeção de roupas para bebés, onde trabalhava mais de oito horas por dia. Relembra que a loja oferecia excelentes condições para o trabalhador e defende que a sociedade tem de garantir que todas as pessoas tenham as mesmas oportunidades no mercado de trabalho.
Ainda Lucília Lourenço, professora, fazia formação de professores em Lisboa e tinha um horário de trabalho considerado normal, com um ambiente harmonioso e respeitador. Já Lídia Maurício, enfermeira, conta que na época esta era uma profissão maioritariamente de mulheres, uma vez que na altura os homens não tinham interesse por esta área. Trabalhava oito horas por dia e continua a achar que as melhores condições de trabalho é onde impera o respeito pelos empregados, a segurança e a saúde do trabalhador.
Paula Guimarães, da Residência Resisénior, em Braga, recorda o seu trabalho na TAP, onde desempenhou várias funções. Com uma carreira de sucesso, começou nas Reservas da TAP, em Faro, na qual realizava o atendimento ao público, via telemóvel, para a reserva de voos, onde permaneceu durante um ano. Esteve também no balcão de atendimento ao público no qual vendia os bilhetes e reservava os voos, permanecendo aí durante 5 anos. Paula conta que, na TAP, os trabalhadores tinham a oportunidade de realizar várias formações, em Lisboa, e foi nesse âmbito que fez a formação que lhe concedeu a oportunidade de se tornar formadora para os colegas novos que ingressavam na empresa. Para além desta nova função, ficou como supervisora do referido Balcão. O seu horário de trabalho variava entre as sete horas e meia e as oito horas diárias, distribuídas por turnos e trabalhando quatro dias seguidos, interrompidos por dois dias de folga, o que facilitava em muito o seu trabalho.
De Colares, da Residência Praia Grande, Helena Morais e Emília deixam o seu testemunho e contam como era a sua vida enquanto mulheres trabalhadoras. Helena, natural de São Tomé e Príncipe, estudou apenas até à quarta classe uma vez que os pais não tinham mais possibilidades financeiras, tendo começado desde cedo o trabalho de casa. O pai tinha uma loja e Helena ajudava na venda de roupa, comida e cereais. Recorda que cosia peças de roupa e também cozinhava bolos e biscoitos para vender na loja do pai. Já Emília desistiu de estudar e a madrasta, que era modista, ensinou-a a bordar e a costurar. Casou aos 20 anos e teve quatro filhos. Apesar de ter uma empregada em casa, tratava dos filhos e de todas as tarefas com eles relacionadas. No entanto, sobrava-lhe tempo para ir ao mercado, ao cinema e ao teatro. Ficou viúva muito nova e mais tarde, com um novo companheiro abriu a sua empresa de compra e venda e imóveis. Durante muitos anos trabalhou nesta área, viajou muito, o que lhe proporcionou excelentes experiências. Por circunstâncias da vida separou-se e nessa altura mudou-se para Cascais com os seus filhos. Trabalhava muitas horas na empresa e assegurava, ainda, postos de trabalho a três funcionárias.
Zulmira Costa, mãe de quatro filhos e com 86 anos, da Residência emeis Viseu, trabalhou com três médicos e aprendeu muito com eles, inclusive a dar injeções e a fazer curativos. Confessa que gostava muito e que ia aprender para o hospital. Recorda que depois de casar teve oportunidade de ir trabalhar como telefonista na Portugal Telecom e mais tarde como técnica, onde permaneceu cerca de 30 anos. Quando se lembra das condições e horários de trabalho, na sua época, recorda que sempre teve um horário de sete horas, trabalhava por turnos e fazia noites. Considera que tinha muito boas condições na sua profissão, um luxo para a altura, como é exemplo o aquecimento central. Zulmira conta que sempre teve mulheres como chefes, com uma personalidade forte e muito competentes. Considera que as mulheres são umas guerreiras e com fortes capacidades no trabalho.
Uma data que faz as residentes voltar no tempo e recordar vidas preenchidas, ativas e, em alguns casos, de muito trabalho.